A corrida de rua sempre foi, para mim, uma válvula de escape, um momento lúdico, de diversão.
Mas é nela que me transformo e assumo a personalidade da mulher forte que ninguém segura.
A Evânia perfumada, de unha feita, de salto alto, dá lugar à Evânia descabelada, suada, de esmalte destruído, de tênis nos pés.
A primeira é uma mulher forte sim, não se engane pelos sinais de delicadeza. Mas a segunda é mais, acredite!
Quando estou correndo, me sinto a “mulher maravilha” das corridas. Naquele momento, ninguém me convence que não tenho superpoderes! Tenho o poder de decisão o tempo todo (continuar, parar, ir mais forte, ir mais devagar, ir mais longe). Esse (super)poder é só meu. Ninguém decide por mim.
E nessa brincadeira, fui descobrindo que o impossível pode se tonar possível. Quando comecei correr, há mais de 15 anos, achava impossível correr 5km sem parar e, consequentemente, correr 10km, 21km e 42km. Mas fui quebrando um a um todos esses “impossíveis”, acreditando na minha força.
Descobri que, com dedicação, disciplina e constância, posso conquistar o que quiser, na corrida ou na vida.
A sensação dessa descoberta é maravilhosa, porque confirma o que já suspeitava: sou guiada por minha força e ela me leva até onde acredito que consigo ir.
E espero continuar acreditando que posso ir além, porque sei que ainda posso conquistar muitos outros “impossíveis” por aí!