Sim, eu sou maratonista!

Os primeiros 42.195km foram especiais
Correr 42.195m em Paris? Nem nos meus melhores sonhos. Mas foi. É real. Aconteceu. Vamos lá, vem saber da minha experiência nessa prova, mon amour!
Concentração

Diferentemente do que estamos acostumados no Brasil, a maratona de Paris (e várias outras ao redor do mundo) tem várias ondas de largada, que começam cedinho e vão até tarde, quase 11 da manhã. Eu larguei no intermediário, 8h27, para ser precisa. Frio.

Tomei meu café da manhã normalmente no hotel, sem comer nada diferente do que estava acostumada. Fomos (eu e o time ASICS Lume Club) de metrô, cerca de uns 30 minutinhos. Tudo muito organizado e calmo. Frio.

Fizemos um aquecimento antes da prova. Fui ao banheiro, parte crítica. Fiquei mais de 20 minutos esperando na fila e nada. Fiquei aflita porque estava sozinha e se aproximava da largada de parte do grupo. Quando vi que tinha banheiro químico do outro lado da avenida, fui tranquilamente, sem ninguém na fila!

Encontrei com as meninas do Lume, e ainda tomei um café no caminho pra entrar no pelotão da largada (tinha uma loja aberta na Champs Elyseé, local da largada).

Largada

Estava eu, Marina Ferrari, Andressa Lopes, e Gisa juntas. A emoção bateu quando tocou ‘Carruagem de Fogo’. Cinq quatre trois deux Un! Frio.

Corri por três quilômetros com a capa de chuva e fui até o 18k com a camisa térmica. Joguei e fui até o final de camiseta e manguito. O percurso inteiro de luva. Ela molhou logo no começo da prova, mas, mesmo assim, prefiri correr com ela a ir sem.

Muito frio ao longo de toda a prova. Eu corria e não esquentava. Estava 0 grau na largada!

Hidratação

Infelizmente achei os postos muito distantes um do outro. O primeiro foi lá pro km 8. Depois que percebi que seria assim até o fim da prova, mudei minha estratégia de hidratação. Em vez de pequenos goles, optei por tomar a garrafinha inteira (aspecto positivo de ter garrafa, pois é possível fechar e correr por mais tempo com ela na mão).

Suplementação mantive a minha. Achei engraçado, pois lá tem variedade de pães e biscoitos nos postos de hidratação também. Não teve isotônico durante a prova (ponto negativo).

Momentos críticos

Lá pelo km 18 senti uma tontura que achei que fosse desmaiar. Acredito muito ter sido a combinação de frio e desidratação. Ali foi o momento que tirei os fones, respirei e concentrei muito para seguir firme. Foi duro, pois ainda estava no começo e eu tinha muito medo de ter hipotermia e sair da prova.

Depois no km 28, próximo ao Sena, senti falta de ar ao entrar em túnel. Embora tivesse uma ativação de DJ e luzes em um ponto específico, a maior parte do túnel você não enxergava se tinha alguém na sua frente.

Sem dúvida, o que mais me desestabilizou ao longo de toda a prova (e dias antes também) foi o frio. Senti dor no peito durante todo o percurso.

Diferencial da prova

Torcida. Muita gente na rua e de todas as idades. É lindo de ver! Além de cartazes, arrepiava ouvir o pessoal gritando “allez, allez!”.

Ah, e tudo é lindo lá -absolutamente tudo – Visual deslumbrante!

Linha de chegada

Eu estava tão bem que não acreditava. Faltando uns 5 quilômetros pro final, inconscientemente, comecei a acelerar. Ali eu só estava concentrada em sentir. Sentia a emoção de viver tudo aquilo e as lembranças da minha trajetória de vida. Quando a emoção começava a subir, logo lembrava que chorar diminui a respiração. Ou seja, sorria e corria ainda mais leve.

Meus últimos km foram os mais rápidos e mais felizes. Cruzei a linha com muita energia. Incrédula com o tempo final: 04:29. E, o melhor de tudo, muito bem! (ah, e morrendo de frio, tá? Kk)

Eu nunca pensei que um dia fosse conseguir correr uma maratona. Pois bem, se você gosta de correr e nunca vivenciou essa experiência, recomendo que se prepare e viva. É especial!

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