Todo mundo pode ser estrela com o ASICS Lume Club

Estava em Los Angeles no dia 19 de março às 2h55 e tinha terminado de vestir minha ‘armadura’. Foram pouco mais de seis meses esperando por esse momento. Naquela ocasião, a minha ‘armadura’ era composta por um número de peito dourado, camisa vermelha #MoverIlumina, bermuda da ASICS cheia de bolsos com meia dúzia de coisas essenciais dentro e, nos pés, uma boa meia e o SuperBlast.

Me olhei no espelho pronta e me encontrei com a mulher que me transformei. Fazia tempo que a buscava, quer dizer, que a construía. Ali foi nosso primeiro encontro. E eu achava que a encontraria apenas depois do pórtico de chegada.

Poucas horas depois, enquanto escutava meu músico preferido no volume mais alto do fone de ouvido, me dei conta do quanto evolui como mulher e ser-humano ao longo dos últimos meses. Dias e dias aprendendo a não ter medo de ter coragem, a me permitir desbravar o desconhecido e a conviver com o que detesto em mim. Eu vivi o processo de autoconhecimento mais profundo e intenso e ele me presenteou com uma nova versão de mim mesma.

Finalmente, eu iria terminar um ciclo de maratona. Frio na barriga. Arrepio na espinha. Borboletas no estômago. Ainda bem que eu não estava sozinha desde o ‘dia zero’. Abraço. Troca. Leveza. Tranquilidade. A emoção no brilhar dos olhos. Aconchego. Sororidade experimentada, escolhida e vivida. Elas, minhas companheiras do ASICS Lume Club, me acalmavam sem que precisássemos trocar uma palavra sequer. Ainda bem que eu também não estava sozinha no ‘grande dia’, afinal, elas estiveram presentes e também celebravam cada pequeno progredir de mim mesma.

Perto das 7h, embaixo daquele pórtico de largada, eu me permiti levar comigo cada uma das mulheres que estiveram com a gente durante esses meses de Lume Club. Sem que isso fosse pesado. Sem pressão. Foi leve, porque mesmo que eu estivesse ali correndo sozinha, eu podia sentir a força que nos deram ao longo de cada quilômetro duro de treinamento.

Enquanto me tornava maratonista, eu lembrei de tudo o que vivi ao longo desse ciclo, que gosto de chamar carinhosamente de ‘reconstrução’. No verão do Rio, eu tive bem mais treinos difíceis do que gostosos de fazer. Eu fui treino a treino, escolha a escolha, renúncia a renúncia reconstruindo a minha própria sorte. E foi um processo permanente até o dia 19 de março. Esse processo de ‘reconstrução’ é árduo, pesado, duro, cansativo, complicado e complexo, mas ele ensina uma infinidade de adjetivos bons que nem ousarei citar aqui para não ser injusta com os que ficariam de fora.

Até tentei fazer as contas de quantos centímetros dão 42 quilômetros e 195 metros, mas sou de humanas e eu jamais acertaria essa conta. É um número gigantesco, com certeza, e arrisco te dizer que é exata quantidade de aprendizados que só uma maratona é capaz de ensinar.

Me perguntaram se senti medo, se tive vontade de desistir durante a Maratona e essas palavras não existiram nem nos meus pensamentos. Confesso que tive receio de ter câimbra, mas quando minha cabeça me dizia: “Cuidado! Vai dar câimbra”, eu respondia carinhosamente: “No, thanks!” e não tive câimbra ou desconforto algum ao longo de cada centímetro de prova. No dia 19 de março, eu sofri, claro, mas também fui feliz e senti emoções a flor da pele. Chorei o quanto quis, sorri mais do que fiz cara de brava, foquei, desfoquei, corri alguns quilômetros com a Tati, capitã do ASICS Lume Club na Colômbia – e só o Lume Club poderia me dar essa amizade, aproveitei a paisagem, aceitei que as palmas da torcida que se fez presente em cada metro de prova eram todas pra gente, afinal, com o Lume Club todo mundo pode ser estrela em Los Angeles. Eu ganhei o meu primeiro cartaz numa prova, ainda me tinha desenhada nele. Definitivamente, foi melhor do que eu sonhei.

Eu não sei se você sabe, mas sonho com uma maratona desde 2020. Não deu certo ali e hoje sei que valeu a pena esperar. Acredito que tudo na nossa vida tem um motivo, uma explicação e, com essa maratona que viveria em looping por ter sido tão especial, acredito ainda mais que a gente recebe o que entrega.

Eu já tinha certeza de que amar meu corpo é revolucionário e libertador. Mas foi ali que tive pouco mais de 42 quilômetros para celebrar as coisas incríveis que meu corpo é capaz de fazer. Não vou te dizer que correr uma maratona é fácil, mas preciso te convencer de que não há barreira dos 30 km para quem treina e faz ser possível. Se você tiver coragem o suficiente para sonhar em se tornar maratonista, você vai fazer ser possível. Não tem altimetria ou frio capazes de superar o tamanho dos nossos sonhos – que tem exatamente o nosso tamanho.

“Todo mundo pode ser estrela em Los Angeles. Juntas, nós somos o próprio sol”.  

Agora, estou no Rio de Janeiro pronta para viver isso tudo novamente. E eu tenho certeza de que no meu ouvido e coração ainda vai tocar: “Estrela, lua e vagalume.”

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